Cidade pequena pensando grande

Oi gente bonita, tudo bom?

Quem leu o post Como tudo começou viu que eu sai de Brasília (a capital cheia de clientes em potencial) e vim morar na fazenda. Aqui "pertinho" tem uma cidade de 45 mil habitantes. Eu sai de uma cidade 2,6 milhões de habitantes! Imagina o impacto profissional. Acostumada a compartilhar minhas fotos em grupos de moradores com até 40 mil pessoas - o número total de habitantes da nova cidade! Fiquei muito tempo sem fotografar porque simplesmente ninguém me conhecia (muito menos meu trabalho).

Com muito trabalho formiguinha estou me inserindo no mercado. Comecei no boca a boca mesmo, levando meu cartão na manicure, na esteticista, na amiga da nova amiga, etc. Minhas primeiras fotos foram da filha da minha manicure daqui, a Natália. O primeiro puxou o segundo, o segundo puxou o terceiro e posso dizer que esse ano estou engajada a me inserir completamente na cidade e trazer minha marca para ser referencia nesse mercado praticamente inexplorado. 

Principais desafios da cidade pequena:

Ninguém conhece a sua marca: um grande desafio é ser conhecida (e ser referência) na cidade que você é novata. É preciso investir em propaganda nesse momento. Aqui na cidade, por exemplo, não tem jornal local, então uma boa divulgação é utilizar o serviço de rádio e outdoor. É uma fase de gastos constantes (planeje direitinho para não se apertar depois!), porque só depois que a pessoa te conhecer, ela poderá se tornar um cliente em potencial. Além disso, as redes sociais são uma ferramenta muito útil para lançar a marca no mercado local. com impulsionamentos direcionados para a sua cidade. 

Pouco público alvo: realmente o número absoluto de pessoas que podem se tornar suas clientes diminui DEMAIS, mas isso não necessariamente diminui o público real. No meu caso, por exemplo, só temos aqui mais uma fotógrafa, então a concorrência é baixa e eu tenho grandes chances de conquistar o cliente com um serviço de qualidade. Ou seja, a relação de concorrência com público compensa. O que eu aprendi nesses anos: quem tem serviço bom sempre terá cliente.

Preço: normalmente cidade pequena também influencia diretamente no orçamento do serviço. Se você tem pouca concorrência, é importante só estudar a faixa salarial do seu publico alvo para não ficar inacessível. O orçamento vai variar também a medida que você ficar mais conhecido na região. Não acredito que fazer pesquisa de preço na praça seja uma boa alternativa, já que seu concorrente pode ter gastos diferentes do seu, mais tempo ou menos tempo no mercado e estilo diferente. Cobre o que for justo para você e para o padrão da sua cidade e você garantirá um retorno. Uma dica legal é: quando sua agenda não suportar mais a demanda de serviço, faça reajuste de preço. 

Focar em um único seguimento: isso eu ainda não consegui! Aqui na minha nova cidade não tem maternidade propriamente dita, então a maioria das gestantes viajam para ter seus filhos em outras cidades próximas. Isso diminui um pouco o número de recém-nascidos na região. Outro fator é realmente o número de moradores, já que praticamente só metade é mulher e diria que menos de metade dessa metade pode ser mãe. Então, mesmo que eu queira muito, não consigo encher (ainda) minha agenda somente com gestantes e newborns (META PARA O FUTURO!). Coloquei como meta fotografar pessoas, então atendo casais, gestantes, crianças e meus prediletos, os babys! É um ação para sobreviver no cenário que estou e tem dado certo.

Vencer a cultura do "eu não preciso de um fotógrafo": quando a cidade não tem fotógrafos renomados a muito tempo no mercado, a população se acostuma com a ausência de um profissional para o serviço. Quando chegamos em um cenário assim, é preciso, aos poucos, vencer essa maré e criar uma nova cultura. O mais eficiente é transformar seu produto em objeto de desejo da população. Com um trabalho de qualidade e muita divulgação, isso é até rápido. 

Quem vive isso também? Como tem driblado os desafios? 

Beijos e boa sorte para nós!